Estudante cego inventa uma nova maneira de ensinar e aprender matemática

Logan estava em coma durante quase 12 dias quando tinha 13 anos de idade, como resultado de uma reação alérgica rara que ele teve com alguns agentes de contraste de uma ressonância magnética de rotina.

Quando ele acordou, não conseguia andar, tinha perdido várias habilidades motoras, tinha limitações na fala e também estava quase completamente cego. Mas a mente estava a funcionar plenamente.

Antes do seu primeiro ano de faculdade, Logan conheceu Ann Gully, coordenadora de tutoria de ciências, tecnologia, engenharia e matemática na Auburn University em Montgomery (AUM). Ela tentou ajudá-lo fazendo recortes de números e símbolos. A maioria dos alunos cegos usa o Código Nemeth (uma versão do Braille para matemática que codifica tudo, desde frações a funções trigonométricas), mas essa não era uma boa opção para Logan devido às suas limitações de mobilidade. Então Ann e Logan decidiram criar o seu próprio sistema.

Com a ajuda de Jordan Price, um estudante de modelos de população ecológica que trabalhava como professor de matemática, a equipa desenvolveu um processo de tentativa e erro: Jordan descreveria a “paisagem” de um problema de álgebra, estabelecendo o objetivo principal. Ele então dividia em "pedaços" auditivos, cada um dos quais era uma definição, um valor ou algum outro fator relacionado ao problema. Isso funcionou, e Logan foi capaz de entender as equações e problemas - ele até conseguiu A na aula de álgebra.

Em 2015, nasceu o Project Logan. “Nós concentramos-nos no desenvolvimento de uma metodologia que permitisse a Logan conduzir totalmente os processos intelectuais envolvidos na simplificação e resolução de expressões e equações algébricas. A nossa abordagem teve que ser única porque a mobilidade limitada de Logan não lhe permitirá usar o Nemeth Code, o equivalente matemático do Braille ”, diz o site oficial.

Atualmente, os membros da equipa usam um método de comunicação de áudio para ensinar os alunos um a um. No futuro, eles esperam criar um software que automatize o processo, tornando o método disponível para muitos.

A equipa obteve financiamento da AUM e de fundações.

Agora eles esperam expandir o projeto e usar o feedback das pessoas para melhorar o seu sistema.

“A partir de 2017 - 2019, o foco do nosso trabalho é expandir o alcance da Matemática Orientada por Processos e construir mais evidências de que é um método eficaz de instrução e avaliação para todos os alunos, especialmente alunos com deficiências visuais e impressas. O nosso objetivo é a criação de um software com um design universal para o aprendizado que permita aos alunos cegos ou deficientes visuais, além de outros aprendizes diversos, aprenderem juntos com os seus pares com visão em um ambiente educacional inclusivo”, afirma o site oficial .

Mais informações: http://www.aum.edu/logan-project
https://loganprickett.wordpress.com/

Adaptado de: https://bit.ly/2FOlI57
https://www.youtube.com/watch?v=YM2gHXZa524